quarta-feira, 21 de abril de 2010

Munição Aliada no Combate contra o Desmatamento

Satélites de alta definição em tempo real, aviões não tripulados e florestas codificadas são as novas munições para combater o desmatamento na Amazônia e posteriormente implantá-los outros biomas. Visto do alto, a paisagem de muitos pontos da Amazônia é chocante. Em vez do tapete verde formado pelas árvores, avistam-se clareiras de terra remexida por tratores e arrasada por motos-serras além de diversos focos de queimadas. Em solo, a vista de quem percorre uma das muitas estradas clandestinas revela espaços ocupados pela expansão agropecuária, atualmente o principal entrave da Amazônia. Alem de reduzir as emissões de gás carbônico, o governo brasileiro precisa conter o avanço do desmatamento ilegal. Esse combate tem nos céus um grande aliado o satélite batizado CBERS-2, que registra, a cada dois dias, alterações na densidade da floresta Amazônica a uma amplitude de pelo menos 778 km da superfície terrestre. O equipamento faz parte do Sistema de Detecção de Desmatamento em tempo Real (DETER), que desde 2004 alerta os órgãos de fiscalização sobre novos focos de desmatamento. Há 20 anos, os 4,1 milhões de Km da Amazônia que ficam no Brasil são vigiados do espaço pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (IMPE). Há quase um ano, o monitoramento foi estendido ao Cerrado e a Mata Atlântica.

Em um estudo apresentado na Conferencia do Clima (COP-15), em Copenhague, o IMPE estimou que em 2020 a contenção do desmatamento da Amazônia faça o nível de emissões de gás carbônico cair em 560 milhões de toneladas. A estimativa é de que em 2020 o país emita 1,7 bilhões toneladas de CO2 – 1 bilhão a menos do que emitiria sem ações de contenção. O IMPE já deu o primeiro passo para isso. Até 2012, pelo menos dois novos satélites prestarão serviço para o sistema DETER. O Amazônia-1 e o CBERS-3 juntam-se como aliados neste combate sem trégua.

Espiões nos Céus

Em breve segundo alguns debates o monitoramento por satélite terá aviões não tripulados como aliados. É o mesmo modelo usado pela defesa dos Estados Unidos. Eles farão parte das estratégias de combate aos crimes ambientais no Brasil. Em outubro passado, a Policia Federal (PF) adquiriu, por 345 milhões de reais, uma frota de 15 aviões da empresa israelense Israel Aerospace Industries (IAI). Um deles já está no Brasil e outros seis chegam até dezembro. A partir de uma base de 1000 km de distância, o piloto poderá controlar o avião por 37 horas ininterruptas. Equipado com duas câmeras e radares, o Veículo Aéreo não Tripulado (VANT) pode captar imagens a uma altitude de 10.000 metros.

Floresta Chipada

O uso de etiquetas RFID é outra estratégia para impedir o comércio ilegal de madeira. Desde outubro do ano passado, um projeto piloto no Mato Grosso esta testando a viabilidade técnica e econômica desse tipo de sensor. Em parceria com o Instituto Ação Verde, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso (CIPEM) implantou os chips a uma altura de 1,30 metros em 2.400 árvores da Fazenda Carandá, em Nova Mutum. O município já liderou a lista dos que mais desmatam a floresta Amazônica. A preocupação em identificar a madeira está no desmatamento ilegal. “Muita gente usa o planos de manejo sustentável para esquentar a madeira de origem ilegal- ou seja, corta uma árvore não legalizada, mas utiliza o registro de uma que poderia ser retirada da floresta”, diz Paulo Henrique Borges, superintendente executivo do Instituição Ação Verde.


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